Lula e Sérgio Gabriele em cima da Petrobras (trator) nas terras do Visconde |
Nessa mesma época, discutia em sessões privadas e acaloradas com a hoje geógrafa e socioambientalista Karla Karina (para mim sempre karenina) sobre o perigo de são-gonçalização de sua amada cidade vista por ela ali das terras do Outeiro. Enquanto políticos e até especialistas das ciências humanas falavam em repetição do que ocorreu em Macaé (crescimento sem inclusão social), Karenina e eu falávamos da possibilidade de adoção do modelo político de São Gonçalo em Itaboraí.
Também em 2006, quando estávamos na UERJ vivendo o glorioso projeto Apologia, promovemos um debate (isso mesmo leitor, um debate!) entre a Universidade, a Petrobras, o Estado (políticos) e os "caboquim", ou seja, nós, da tão falada e pouco entendida "sociedade civil". Único debate promovido até hoje envolvendo a Petrobras com essa envergadura.
O então Gerente de Responsabilidade Social e Programas Ambientais da Petróleo Brasileiro S.A. fez a mim algumas confidências que soltarei no seu tempo. Uma delas diz respeito ao temor da Petrobras com o desenrolar político na região. Estava em jogo o futuro do país dentro de uma estratégia de autossuficiência tanto em exploração como otimização industrial do petróleo e do capitalismo tal como Lula queria para o país. Assunto para um outro post.
Desta forma, foi desenvolvido um mapa político e sócio-cultural principalmente de Itaboraí e São Gonçalo. Os resultados e as posteriores análises deste mapa geopolítico precipitaram a criação de uma instância de discussões e tomadas de decisão que pudessem retirar de modo "consensual" e "democrático" o poder e autonomia absolutos das prefeituras.
Nasce o Conleste. Com Lula, a Petrobras passa a fazer política também. A faceta política do Comperj é o Conleste.
O que vemos hoje em Itaboraí são essas forças regionais se movimentando e se adequando às regras estabelecidas pela Petrobras. Daí o "avanço" dos grupos políticos consolidados de São Gonçalo para Itaboraí.
O terreno de disputa política gonçalense, ironicamente, se dará nas terras do Visconde.
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