A Classe C é um fenômeno brasileiro que tem alavancado o consumo e os índices econômicos do país. Isso é um fato, porém simplista se não enxergarmos todas as transformações sociais, culturais e políticas que decorrem da melhoria de vida e de renda destas pessoas a partir de 2004 sob a batuta do presidente Lula, que optou pela inclusão social como mola mestra do desenvolvimento a partir do fortalecimento e crescimento do mercado interno.
Essa política de desenvolvimento acertou em cheio a cidade de São Gonçalo, hoje habitada em sua grande maioria por pessoas da Classe C, com renda percapita entre R$ 300 e R$ 1.000. Atualmente, muitos estudiosos usam o município, inclusive, como estudo de caso para o que está acontecendo com o resto do país.
Um conjunto de injunções econômicas resgatou a tradição industrial gonçalense a partir do renascimento da indústria naval e dos investimentos da indústria do petróleo com o Comperj. Os empregos voltaram para a cidade e incrementaram o surgimento de novos postos de trabalho na área de serviços com pelo menos 4 grandes empreedimentos de grande porte.
O acesso à renda viabiliza o acesso à cidadania em todas as suas dimensões, sobretudo política, antes amarrada a uma teia assistencialista que sobrevive apenas em meio à pobreza e à falta de perspectiva.
Um exemplo claro destas mudanças que ocorrem na cidade foi a eleição do vereador Marlos Costa, 37, em 2008. Ele que é de Alcântara, também é oriundo desta mesma Classe C, e conseguiu ascensão social através da educação (é advogado formado pela UFRJ e auditor do TCE). Filiado ao PT, é considerado o primeiro político de “opinião” eleito depois de muitos anos em São Gonçalo, diferentemente de seus colegas na Câmara, identificados ao assistencialismo e ao poder econômico quase sempre decisivos nos resultados das urnas.
A sua origem social e a forte consciência de classe foram facilitadores naturais para que se aproximasse das questões ligadas à educação, cultura e ao funcionalismo público municipal através do sindicato da categoria, que atualmente trabalha por sua reeleição. Outro fator representantivo surge de seus esforços pela modernização da administração pública, que resultaram em dezenas de audiências públicas com o executivo e leis visando a racionalização e desburocratização das relações entre prefeitura e sociedade.
O vereador Marlos é o maior representante desta nova classe média gonçalense, emancipada e ávida por melhorias concretas em sua qualidade de vida, além de ser postulante real ao cargo máximo da municipalidade. Isso, é claro, se o seu partido tiver juízo e abrir caminho para a sua maior estrela em São Gonçalo.
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